
Atire a primeira pedra à puta aquela que nunca sucumbiu à ilusão da segurança representada por um - digamos para quiçá instaurar nesta simplória narrativa um clima de fábula - príncipe encantado. Que é um ente mítico que reúne miraculosamente as figuras do pai, do amante e do filho. Ou seja: do provedor, do estuprador e do bibelô.
Estes surtos de loucura felizmente nunca foram muito duradouros e, tanto a intensidade quanto a frequência foram diminuindo após o fim da adolescência. Entretanto, conheci Federico quando eu já me considerava livre deste perigo. O cara entrou na minha vida como o furacão Katrina em Nova Orleans: avassaladoramente.
É mentira. Não foi boa a comparação, mas gostei da imagem e não vou retirar. Na realidade ele chegou de mansinho e me conquistou trazendo-me flores, presentes, chocolates - sou doidinha por chocolate, principalmente os absurdamente amargos - como se pudesse ler pensamentos, suprindo, desta forma, a figura do pai ideal. Mais tarde, na cama, na hora da onça beber água, era pródigo nas artes sexuais. Chupava, metia, tirava, me virava do avesso, chupava de novo, metia, gozávamos, cansávamos, começávamos outra vez, até a completa exaustão e, depois, saciados, tornava-se uma criança dócil solicitando afagos para dormir. Era o homem perfeito, pensei. Deste não largo, brigo por ele até a morte, pensava. Apaixonada. Sucumbida.
Imagino que vocês estão pensando que agora é a hora do mas, e que direi que com o tempo ele foi deixando de me trazer presentes, que se tornou frio, ausente, grosso, ou que eu descobri que era um gigolô e que eu era uma espécie de investimento. Não. Nada disso. Acontece é que cansei. Acontece é que eu não presto. Acontece é que eu jamais conseguiria meter um par de chifres em Federico: um cara tão perfeito, um gentleman, e, ao mesmo tempo, eu não consigo me satisfazer comendo do mesmo todos os dias, pode ser lagosta, camarão, feijoada, o manjar que se serve aos deuses no monte Olimpo... Eu não consigo. Estava ficando triste, melancólica, beirando a depressão. Mandei Federico pastar e, desde então, considero-me definitivamente curada.
Carla Luma
Ai que susto! de relance pensei que fosse o "meu" Frederico, muito boa postagem, gosto de coisas reais.
ResponderExcluirBjs
Não é o "seu" Frederico, amorzinho, mas, se quiser, pode ficar com o Federico também.
ResponderExcluirDesculpe a brincadeirinha, espero que o "seu" Frederico não fique com ciúmes.
Beeeeeeiiiiiiiiijos
Oi Carla, queria agradecer pela sua visita em meu blog e por me seguir....Vim conhecer seu cantinho e gostei demais, tu escreves muito bem, dá pra sentir cada frase, bom demais. Parabéns.
ResponderExcluirAproveito e a convido para visitar tb meu outro blog e me seguir tb, caso goste dele. http://deliriosdamiss.blogspot.com/
Beijos.
"Desculpe a brincadeirinha, espero que o "seu" Frederico não fique com ciúmes."
ResponderExcluirNão. Não fico com ciúme, mas essa conversa de mulheres proprietárias não faz a minha cabeça, melhor falar do seu texto que é ótimo, Carla.
Beijos
Oi! Tô passando pra te agradecer pela vista e por seguir o "garota psicose" e parabenizar pelo texto!
ResponderExcluirVou sempre passar por aqui e ler textos novos!
Parabéns pelo livro! Claro que não li, mas vc está feliz e eu estou na torcida!
Grande beijo. Até breve!!
Ei! Pensei que iria encontrar um blog de uma adolescente chorona e encontrei uma escritora de primeira! Vc é boa nisto!
ResponderExcluirAdorei.
Obrigada por estar seguindo meu blog.
Vou seguir o seu...
Bjkas
PArabéns, um blog com muita personalidade, e melhor ainda, uma personalidade maldita e marginal!!
ResponderExcluirpretendo voltar...
Querida miss simpatia, o seu título é merecido: você é realmente simpaticíssima e já deve ter visto que fui ao seu outro blog e que o estou seguindo. Não se zangue se eu não comentar regularmente os seus posts, é que a minha vida, amor, é literalmente uma dureza (kakakakaka).
ResponderExcluirBeeeeeiiiiiiiijoooo
Fredinho, Fredinho, Fredinho, menino bonitinho, mas sério, muito sério. Brigadinha, meu lindo.
ResponderExcluirBeijocas nas bochechas
Venha mesmo, Monih. Não se preocupe, lindinha, quase ninguém leu e quem leu deve ter achado que é um lixo, mas, devagarzinho eu vou colocando o lixinho aqui. Será preciso transformar em diversas crônicas trechos de uma autobiografia que se assemelha a um romance e é coisa pra fazer quando tiver um pouco mais de tempo vago.
ResponderExcluirDaqui a pouco, veja só, terei que sair para atender um cliente. Busines, queridinha.
Beeeiiiijos
Oi Betty. Seu comentário tirou-me frouxos de risos, quase urino a calcinha. Isso porque penso que sei a que tipo de adolescente você se refere. Mas, mesmo quando tinha a idade adequada, não tive sucesso como Patricinha e optei por ser uma putinha mesmo.
ResponderExcluirNão se zangue com meu jeito escrachado: sou bisneta de Dercy Gonçalves e puxei à vovó.
Beeeeiiiiijos
Volte mesmo, L. Moraes. Seu "L" é do quê, amoreco? Luís? Provavelmente, Luís. Volte para que isso aqui não se torne o clube da Luluzinha, pois o único homem aqui até agora era o meu amigo poeta Fred Matos, com o qual nem posso flertar porque a mulher dele, dona Dila, é minha amiga e mantêm o cara no cabresto.
ResponderExcluirBeijocas
Carlinha linda
ResponderExcluirEu tento manter ele (Fredinho) no cabestro, será que consigo? Com tantas bloguetes carentes ai na internet querendo fazer um boquete virtual com ele.
E por falar em boquete, Fredinho tem um poema testamento que você precisa conhecer, pena que eu não tenho uma copia.
Bjs
Ehehe, Dilinha. Se você puxar a fila, amorzinho, transformo meu blog no Consultório Sentimental da Carlinha.
ResponderExcluirMas que é isso, mulher. Claro que ele está no seu cabresto. Você não devia perder nem um segundo do seu tempo com essa preocupação. Apesar de que eu não sei pra que é que serve botar cabresto em homem, ainda mais em homem velho. Mas o gosto é seu, minha nega, você que sabe. Euzinha aqui se tivesse um assim, vamos dizer, marido (toc-toc-toc, madeira) , não perderia meu tempo com esse tipo de preocupação, principalmente com mulher virtual, que, sabe-se lá, às vezes nem mesmo é mulher.
Mas, como eu sei que é difícil aceitar conselho, principalmente quando é dado de outra mulher, quero deixar logo muito claro: com ele eu não trepo nem por um caminhão de dinheiro, porque você é minha amiga: a não ser que vocês dois me convidem para um Ménage à troi. Será que ele topa? (kakakakakaka).
Beeeeeeeiiiiiiiiiiijuuuuuuuuuuuuuuuusssssss
Presta, sim. O cansaço é justo. É o cansaço dos justos. Quem disse que a justiça está em pararicar um homem não entende nada do que deveria entender.
ResponderExcluirVocê é das minhas, menina: nada de paparicar marmanjo. Vou mais além: justiça é apenas um conceito humano para nos possibilitar a vida em sociedade. Na natureza não há justiça. Não estou defendendo que ajamos como bichos, mas não estou disposta a desperdiçar a minha juventude e beleza para atender necessidades que não são minhas.
ResponderExcluirQue alivio senti qndo terminei de ler esse texto. Eu pensava que eu era a única que enjoava desse homens perfeitos. Como é bom saber que eu nao sou a única que nao presta no mundo. Não que eu me sinta culpada por ser assim. Acho que nasci assim. Mas... será que um dia teremos conserto?
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